NÃO TEMA MUDAR QUEM VOCÊ É

Ouvi de uma pessoa “Não quero deixar de ser eu mesma” ao fazer terapia.

Fiquei refletindo sobre este assunto e venho aqui compartilhar contigo.

Para que um “ser” deixe de ser si mesmo, é necessário partir do pressuposto de que ele realmente sabe quem é. Quantos de nós podem afirmar, com plena certeza, que sabem quem realmente são?

Vamos nos aprofundar nisso um pouquinho mais. Antes dos 6 anos de idade, uma criança ainda não desenvolveu completamente o senso de "eu". Tanto é que muitas vezes se referem a si mesmas na terceira pessoa, como: “O Felipe vai brincar”.

A partir desta idade isso muda, pois a mente completa a sua formação,  a partir de então, tudo o que a criança ouviu sobre si mesma começa a se consolidar como uma identidade. Este conjunto de informações – sobre características, comportamentos, e percepções externas – forma aquilo que chamamos de personalidade. Quando a consciência se identifica com essas informações armazenadas pela mente, ocorre o que conhecemos como ego.

Esta narrativa que criamos sobre nós mesmos: “Sou Felipe” (um nome), “sou homem”, “sou pai”, “sou italiano”. Esses aspectos compõem o que acreditamos ser a nossa identidade.

Desde cedo, a criança começa a absorver e internalizar o que ouve sobre si – seja o nome, a idade, o físico, as origens familiares, ou traços de caráter. Com o tempo, essa coleção de informações se transforma em uma história que a mente conta sobre quem somos. À medida que nos apegamos e nos identificamos com essa história, reforçamos a atuação do ego.

Aqui está uma metáfora para ilustrar: imagine um ator que interpreta um personagem. Ele assume as características daquele papel, mas sabe que não é o personagem; ele é apenas alguém o representando. A diferença é que, no nosso caso, esquecemos que estamos interpretando um papel. Ficamos tão envolvidos com a história que acreditamos ser o personagem, perdendo de vista a essência do ator – ou seja, a consciência que realmente somos.

Por isso, o processo de despertar não significa mudar quem você é, mas superar quem você não é. É lembrar-se de quem você sempre foi.

Como bem se diz: “Despertar não é mudar quem você é, mas superar quem você não é” ou “Despertar é lembrar de quem verdadeiramente você é”.

Antes de temer a ideia de “deixar de ser eu mesma”, é essencial descobrir quem você realmente é.

Tenho certeza de que, ao se aprofundar nessa descoberta, você sentirá o desejo de mudar. Por mais confortável que o “personagem” pareça ser, é impossível de o comparar à grandiosidade da sua verdadeira natureza.

Esse processo, contudo, pode trazer desafios. Reconhecer e deixar para trás as ilusões às quais nos apegamos sobre o falso "eu" exige coragem. Mas é justamente ao transcender essas ilusões e se conectar com o seu verdadeiro “Eu” que tudo se transforma.

A vida, em todos os sentidos, torna-se infinitamente mais plena, verdadeira e significativa.

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