Como Nos Viciamos Nas Emoções
Nós temos entre 60 e 70 mil pensamentos por dia e 90% deles são iguais ao do dia anterior. Os mesmos pensamentos nos levam às mesmas escolhas; as mesmas escolhas nos levam aos mesmos comportamentos; os mesmos comportamentos criam as mesmas experiências; as mesmas experiências nos conduzem às mesmas emoções. Essas emoções guiam nossos pensamentos, nosso círculo neural e a nossa neuroquímica.
Quando interrompemos esta química contínua entre o cérebro e o corpo, o corpo reage (afinal está viciado) com falácias mentais, nos induzindo a nos manter IGUAIS, é o corpo querendo desalojar a mente e retornar ao estado familiar.
No momento que decidimos não pensar da mesma maneira, não fazer as mesmas escolhas, não agir e ter as mesmas emoções. Vai ficar desconfortável, vai parecer estranho, com incertezas e imprevisibilidade.
Quando sentimos esse desconforto, entramos numa estrada de mudanças, a maioria das pessoas quando chega nesse momento, não resiste e acaba voltando ao estado familiar da mente e do corpo, pensando e agindo da mesma forma.
No caminho do velho Eu para o novo Eu, há a morte do neurológico, do químico, do biológico, do hormonal e até da genética do velho Eu . Percebe que mudar tem um grau de complexidade!
Quando a mente tem um pensamento, instantaneamente o cérebro produz neurotransmissores e os envia ao corpo, gerando uma emoção. Então a emoção é a forma como o corpo reage a uma ação da mente.
Por exemplo, com um pensamento ou verbalização de reclamação, o cérebro libera cortisol para o corpo, hormônio do estresse, a emoção gerada é sentida no corpo com o aumento da pressão arterial, nervosismo, fraqueza, etc. Repetindo este comportamento por tantas vezes, seu corpo saberá fazer tão bem quanto a sua mente. Assim, formamos um hábito.
No momento que você escolher mudar, o corpo vai reagir através do sistema nervoso central, incitando a mente a ter os mesmo pensamentos para ele sentir as emoções as quais já está acostumado (viciado). O mais difícil sobre mudar é conseguir não fazer as coisas igual ao dia anterior. Você gostaria de ter uma vida diferente da vida que tem hoje?
Como diz o Horácio Frazão: “Para ter uma vida diferente, precisamos deixar de ser quem somos hoje, nos tornar uma nova pessoa.”
Quando entendemos como funcionam os nossos mecanismos internos, conforme discorrido acima, fica mais fácil se dedicar aos processos de mudanças, de hábitos e padrões.
Observar o que pensamos, falamos e como nos comportamos para rastrear o Velho Eu, nos coloca no caminho do Novo Eu. Vamos?
Percebe como os comportamentos talvez considerados “insignificantes” como crítica, julgamento, reclamação, procrastinação,…são como uma “droga” no nosso corpo e na nossa vida? Pois nos colocam distante do bem estar e da realização dos nossos objetivos. Se considera difícil estar sempre no calcanhar dos pensamentos, poderá começar observando o que você sente diante de cada circunstância do dia a dia.
Por exemplo: Estou gravando um vídeo e o vizinho coloca uma música num volume que perturba a minha atenção. A mente começa a aglomerar justificativas; que falta de respeito uma pessoa agir dessa forma, como se estivesse sozinho no mundo, não se preocupa com os outros, se vai perturbar ou não; como pode ser assim tão sem consideração? etc…etc…etc…
Esta falácia mental gera todo aquele processo, o cérebro gera os neurotransmissores que geram emoções no corpo, neste exemplo, emoções nada agradáveis de sentir. Por isso, mudar a falácia, as justificativas, as histórinhas que a mente esta contando perante o que esta acontecendo, é muito importante para a mudança de como estamos nos sentindo.
Com poucas repetições dessa mesma situação do exemplo, eu já estarei programado em todo o meu sistema, sempre ao ouvir música alta vindo do externos, independente se for do vizinho ou de um carro na rua, automaticamente a reação será a mesma, todas as emoções se repetirão, se não me observo, não sei como funciona os mecanismos internos, apenas irei reagir de forma automática e o programa será sempre executado quando acionado pelo gatilho, durante toda a vida passarei por essas mesmas experiências sempre culpando outras pessoas, no entanto, podemos modificar os programas e consequentemente a forma de se sentir.
É claro que este processo entre pensamento, cérebro e corpo não acontece apenas com os pensamentos mais recorrentes; a cada pensamento todo esse sistema é disparado. Um pensamento gera uma emoção que determina nossas escolhas, comportamentos e consequentemente nossas experiências de vidas.
Não tem receita de bolo, mas deixo aqui uma sugestão. Se dedicar em estar presente para assim poder observar os seus pensamentos e emoções que tem ao longo do dia, em cada pequena situação, se sentir uma emoção desagradável, se pergunte, é assim que eu desejo me sentir? Provavelmente não, então rastreie qual pensamento ou comportamento produziu aquela emoção e faça outra pergunta, como posso pensar ou fazer diferente do que tenho feito que me faça sentir-me bem? O foco é no seu bem estar e não em querer encontrar culpados para o que aconteceu. Utilizando o exemplo acima, colocar a culpa da forma como me sinto, no comportamento do vizinho, não vai ajudar, nós temos o poder de mudar a forma como nos sentimos interiormente, independente do externo; não posso mudar o vizinho, mas posso mudar a mim.
A pessoa que você é hoje, só consegue acessar a vida que você tem hoje, para ter uma vida diferente, você precisa mudar.
Bora se dedicar em fazer feliz a pessoa mais importante do mundo pra você?
*Texto construído com alguns dados que vem dos estudos do Dr. Joe Dispenza.